26 outubro, 2007

Germano Coelho: Depoimento histórico

O professor Germano Coelho,
de quem fui vice-prefeito,
deu uma verdadeira aula ao contar,
na Câmara Municipal,
os bastidores da conquista para Olinda
do título de Patrimônio Natural e
Cultural da Humanidade,
junto a Unesco.

DITADURA QUIS BARRAR TÍTULO


Para virar patrimônio mundial, Olinda precisava do reconhecimento no Brasil. Mas os militares não queriam aprovar o projeto, apresentado pela oposição
Antes de entrar na batalha para convencer a diretoria da Unesco sobre a importância histórica de Olinda, a cidade precisou enfrentar uma luta contra a ditadura militar que vigorou no Brasil durante mais de 20 anos. Germano Coelho, o prefeito de Olinda que conseguiu trazer a diretoria do organismo internacional à cidade, lembra que Olinda foi ‘fritada’ durante anos pelo governo militar.

Na primeira metade da década de 70, Olinda realizou uma homenagem estratégica a Geraldo de Hollanda Cavalcanti, na época o embaixador do Brasil na Unesco. Com isso, uma missão veio conhecer o município. Estava dada a partida pela busca do título. “Faltava uma coisa, porém: a Unesco dizia que não poderia ceder um título de Patrimônio Mundial se Olinda não tivesse antes o título de Patrimônio Nacional”, lembra Germano.

O deputado pernambucano Fernando Coelho, do extinto MDB, líder da oposição no Congresso, apresentou em 1975 o projeto de lei que elevava Olinda à categoria de monumento nacional. “Mas a ditadura não aprovava nenhum projeto da oposição”, diz Germano. Resultado: o projeto ficou engavetado por cinco anos. Em 1980, um antigo colega de movimento estudantil de Germano Coelho assume o Ministério da Educação. “Fui lá e disse que não estava como prefeito, mas como membro do nosso antigo Movimento Renovador Independente, pedindo um cartão dele dirigido ao líder do Governo dizendo ser fundamental que Olinda tivesse o título nacional”, conta. Conseqüência: o projeto é aprovado na Câmara dos Deputados.

Faltava ainda o Senado. Na casa, o senador governista Jarbas Passarinho pediu o arquivamento do projeto. Houve protestos no plenário. Um deles partiu do falecido Marcos Freire. “Então, Passarinho retirou o pedido de arquivamento”, conta. Em 1980, Olinda era Patrimônio Nacional e, depois de dois anos, Mundial. “O povo saiu às ruas para comemorar”, recorda. Foi o primeiro ano, por sinal, em que todos os bonecos gigantes de Olinda se reuniram no Carnaval.

http://www2.uol.com.br/JC/_2002/1002/tu0702_4.htm

1 comentários:

Anônimo disse...

sogro seu blog está maravilhoso e muito atrativo, continue assim com muito trabalho e humildade que seu objetivo vai ser alcaçado. beijos juliana aragao