11 março, 2008

Viva Olinda! 473 anos de luta pela Liberdade!

Cidade onde nasci.
De onde contemplo seu futuro.
Onde aprendi os ideais de liberdade.
De um povo alegre, criativo e, essencialmente, trabalhador.
Olinda, no dia do teu aniversário, vejo a oportunidade de
mudar tua realidade injusta que marginaliza tanto os seus filhos.
E tenho esperança.
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Esperança de mudança.

Litogravura de Aloísio Magalhães


Olinda nasceu em uma colina de onde a visão se projeta sobre o oceano.

Além da beleza paisagística, a escolha do lugar teve razões estratégicas: do alto, era mais fácil combater invasores vindos pela costa em busca de riquezas naturais.

Ao chegar à nova terra, habitada pelos índios Tabajares e Caetés, o português Duarte Coelho convenceu-se de que aquele era o lugar ideal para instalar a sede do seu governo.

Segundo a tradição, ele teria exclamado: "Oh! Linda situação para uma vila!". Estava, então, fundada a Vila de Olinda, no dia 12 de março de 1537.

Neste dia 12 de março a cidade Patrimônio Histórico da Humanidade completa 473 anos.

Instalada a sede do primeiro governo da Capitania de Pernambuco, a nascente vila, que depois seria transformada em cidade e capital, foi, aos poucos, desenhando o seu traçado urbanístico.

Sobrados e ruas coloniais, monumentos, igrejas imponentes, galerias de arte e artesanato transformaram Olinda em uma cidade que "é só para os olhos. Não se apalpa, é só desejo" (Carlos Pena Filho).

Com a exploração do pau-brasil e o desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar, Olinda tornou-se um dos mais importantes centros comerciais da colônia.

A presença das ordens religiosas na vila foi importante para a definição urbanística do lugar e de fundamental importância para a conquista definitiva das terras.

Invadida pelos holandeses em 1630 e incendiada no ano seguinte, foi reconstruída apenas em 1664.

Após esse período, o povoado do Recife começou a crescer, com a presença dos comerciantes portugueses.

Olinda foi, aos poucos, perdendo espaço para a nova vila que se fortalecia, deixando, finalmente, de ser capital em 1827.

Deixou de ser centro político, porém continuou sendo referência histórica e cultural.

Costuma-se dizer que Olinda tem a maior concentração de artistas e artesãos do País.

Mais de 10% de sua área total (42,3km²) pertencem ao Sítio Histórico, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O seu rico acervo arquitetônico, cultural e natural a transformam em exemplo de cidade colonial brasileira.

Do alto de suas colinas, é possível fechar os olhos e imaginar como viviam os povos que habitaram a cidade entre os séculos 17 e 19.

DOCUMENTO - O Foral de Olinda é o documento mais antigo relativo à cidade e o único conhecido no País.

Outros dois são apenas citados: o de Santos, de 1545, e o de Piratininga, de 1558, ambos em São Paulo.

Mas nunca foram encontrados.

Pesquisadores afirmam que o Foral de Olinda é o único que concede ao núcleo urbano nascente o título de 'vila', assegurando-lhe um amplo patrimônio territorial.

PIONEIRISMOS:

» Primeira Câmara de Vereadores do Brasil (1548)

» Primeiro teatro brasileiro (1575)

» Primeiro grito pela República (Bernardo Vieira de Melo, 1710)

» Primeiro curso jurídico do País (1827)

» Primeira biblioteca pública do Brasil (1830)

» Primeira manifestação real para a abolição da escratura no Brasil, com a libertação de todos os escravos pelos dirigentes do Mosteiro de São Bento (1831)

Bibliografia:Acervo da Biblioteca Pública Estadual

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PROSOPOPÉIA (*)

(Excerto)

Bento Teixeira (1545-1618)

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Para a parte do sul, onde a pequena

Ursa se vê de guardas rodeada,

Onde o céu luminoso mais serena

Tem sua influição, e temperada;

Junto a Nova Lusitânia ordena

A natureza mãe bem atentada,

Um porto tão quieto e tão seguro,

Que para as curvas naus serve de muro.

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(*) PROSOPOPÉIA - 1601. Poemeto em oitava rima, com 94 instâncias. Primeira produção poética escrita no Brasil, provavelmente em Olinda.

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HINO DE OLINDA

Letra: Themístocles de Andrade

Música: Capitão Zuzinha


Olinda, cofre sublime

de brilhantes tradições.

Teu nome beleza exprime

e produz inspirações.

Teu céu, teu mar, teus coqueiros,

ruínas, praias, luar,

despertam sonhos fagueiros,

deslumbrando o nosso lar.

Estribilho


Glória a Duarte Coelho,

que ouvindo o justo conselho

de inspiração genial,

deu luz, prestígio, beleza,

a ti, Olinda imortal.


Olinda tão sedutora,

quanta beleza conténs!

Sendo assim merecedora

do lindo nome que tens.

De nossa brasilidade

foste o berço singular!

No teu solo a liberdade

nunca deixou de brilhar.


Olinda, honrando a memória

do artista que te fundou,

com ele reparte a glória

que tua fama alcançou.

Que majestade suprema

existe em tudo o que é teu!

tu és, Olinda, um poema

que a natureza escreveu!...

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HINO DE PERNAMBUCO

Letra de Oscar Brandão (1882-1956)

Música de Nicolino Milano (1876-1962)

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A República é filha de Olinda,

Alva estrela que fulge e não finda

De esplender com seus raios de luz.

Liberdade um teu filho proclama,

Dos escravoso peito inflama

Ante o sol dessa Terra da Cruz!

(Última estrofe)

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INCÊNDIO DE OLINDA

Armiragi Breckenfeld

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Matias de Albuquerque resistia

no Forte do Arraial do Bom Jesus,

aos constantes ataques do holandês...

Um dia, ao descambar da luz,

recebeu do invasor a insensatez

de u'a mensagem desabrida

que era uma afronta aos brios do soldado:

"- Todo o açúcar de Olinda... sob pena

de vê-la incendiada, destruída..."

Diante de ameaça, revoltado,

sem vacilar, Matias de Albuquerque

respondeu com altivez ao mensageiro:

"- Diga a seu chefe, que os PERNAMBUCANOS

terão para o inimigo, apenas... bala.

E saberão reconstruir a vila

se ousar incendiá-la!..."

E quando

as chamas rubras se desenrolaram

sobre os tapetes verdes dos outeiros,

reduzindo-os a um mar de águas-vermelhas,

lambendo as torres das igrejas,

paredes gangrenando e enegrecendo as telhas,

Matias de Albuquerque, olhar parado,

e cérebro a oscilar em tonturas de ópio,

mas perfilado... - uma estátua de pé,

via a formosa Olinda ressurgida

num milagre de Fé

como se olhasse num caleidoscópio...

E murmurou, fitando o céu sereno,

numa expressão simultânea de dor,

de súplica e promessa ao Nazareno:

"- OLINDA!

Teus filhos saberão reconstruir-te ainda!..."

"Vozes do Nordeste", 1954.

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OLINDA

Carlos Pena Filho

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"De limpeza e claridade

é a paisagem defronte.

Tão limpa que se dissolve

A linha do horizonte.

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As paisagens muito claras

Não são paisagens, são lentes.

São íris, sol, aguaverde

Ou claridade somente.

XXX

Olinda é só para os olhos,

Não se apalpa, é só desejo.

Ninguém diz: é lá que eu moro

Diz somente: é lá que eu vejo.

XXX

Tão verdágua e não se sabe

A não ser quando se sai.

Não porque antes se visse,

Mas porque não se vê mais.

XXXX

As claras paisagens dormem

No olhar, quando em existência.

Diluídas, evaporadas,

Só se reúnem na ausência.

XXXX

Limpeza tal só imagino

Que possa haver nas vivendas

Das aves, nas áreas altas,

Muito além do além das lendas.

XXXX

Os acidentes, na luz,

Não são, existem por ela.

Não há nem pontos ao menos,

Nem há mar, nem céu, nem velas.

XXXC

Quando a luz é muito intensa

É quando mais frágil é;

Planície, que de tão plana

Parecesse em pé."

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CANTIGA DE AMAROLINDA

Olímpio Bonald Neto

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IV - CANTO AQUI

Aqui termina o presente

e começa a tradição.

Aqui finda o que se quis

e se tem o que se há de.

Aqui semeou-se a História,

viu-se crescer a Nação,

aqui, clamou-se: República!

denunciou-se a opressão,

foi ensinado o Direito,

sonhada a Revolução,

morreu-se pela igualdade,

incendiou-se a ambição,

matou-se por Liberdade,

pregou-se a Fraternidade,

foi construído o Destino

e feita a Restauração.

xxxx

E aqui, ainda aqui,

mil crianças passam fome;

comem siris que lhes comem

bocas que não sabem rir

e as próprias mães se consomem

nas águas antilustrais,

na lama podre dos mangues,

pelos caminhos mais ínvios

dos becos das capitais.

Sem ter quem lhes salvem, aqui!

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OLINDA CIDADE ETERNA

Letra e música de Lourenço Fonseca Barbosa (Capiba)

xxx

Olinda, cidade heróica,

Monumento secular

Da velha geração...

Olinda!

Serás eterna e eternamente viverás

No meu coração!

Quisera ver

Teu passado, Olinda,

Quando era ainda cheia de ilusão,

Para contemplar a tua paisagem

Para olhar teus mares,

Ver teus coqueirais...

Pular na rua com a meninada,

Brincar de roda e de cirandinha...

Depois subir a ladeira do mosteiro,

Rezar a Ave Maria

E nada mais,

Rezar a Ave Maria

E nada mais...

Olinda! Eterna!

Olinda! Eterna!

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OS SINOS MAIS DO QUE SINOS

Barreto Guimarães

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Os sinos de Olinda tocam

uns acordes diferentes,

misto de paz e de apelo

para nos fazer presentes

ao zelo pela cidade -

Capital da Liberdade,

e à defesa do seu povo

em ato de humanidade.

Até quando dobram juntos,

anunciando tristeza,

os sinos de Olinda guardam

o seu toque de pureza.

O som que vem do Bonfim

recorda um mundo encantado

de festas - das lindas festas

de Guedes Alcoforado...

Os sinos das capelinhas

transmitem melancolia,

entretanto, os de São Bento,

com seu toque muito grave,

parecem advertir-nos

de que nunca mais se crave

nas mãos de seres humanos,

o quanto se fez com Cristo -

o horror dos pregos do ódio,

da maldição... Não é isto

que gera a felicidade

deste povo abençoado

pelas mãos do mesmo Cristo

que morreu crucificado,

para que no sofrimento,

em holocausto ao Amor,

trouxesse a Grande Mensagem

do Messias Salvador.

Na velha igreja do Amparo,

o toque é sempre suave,

não tendo, embora, a brandura

do cantos de qualquer ave,

mas, parece aquele templo,

duas vezes centenário,

convocar para um trabalho

pelo bem comunitário.

Os sinos dos Franciscanos

despertam cedo a cidade,

pedindo que os olindenses

cultivem fraternidade.

Misericórdia, também,

quando chama às orações,

faz tal qual o Seminário,

buscando unir corações.

Os sinos, os grandes sinos,

que tocam no Alto da Sé,

são sinos mais do que sinos,

são missionários da Fé.

E, no Carmo, aigreja-mártir

(com o convento incendiado

pela fúria do invasor

que terminou derrotado),

o seu toque se harmoniza

com o de São Pedro, a Matriz,

nos dando a viva impressão

de uma cidade feliz.

O Monte e a Matriz de Fátima

- amais antigas e a mais nova -

traduzem sacralidade,

que é vida que se renova.

Nossa Senhora da Ajuda

que fica além, nos Peixinhos,

bem sincroniza os seus toques

com Tadeu, de Salgadinho,

as duas testemunhando

a todo dia que passa,

o quadro de servidões,

doença, fome, desgraça.

Santa Teresa se expande

naquela amplidão sem fim

efaz chegar sua voz

na Ilha do Maruim...

Sant'Ana, do Rio Doce,

toca o sino um tanto frágil,

mas com o ardor de quem protege

o jangadeiro tão ágil.

Tocar menos que dobrar,

plange a São Sebastião,

quase sempre a anunciar

a morte de um bom cristão.

Na igreja da Boa Hora,

menos escuto o seu sino,

mas sei que vou embora

sem tê-lo no meu destino...

De boa hora precisa

todo e qualquer ser humano

e dela bem necessita

o ateu mais cego e profano...

Guadalupe e São João,

muito perto da saudade,

os sinos, seus velhos sinos

cantam hinos de bondade.

Elá do Rosário, os bronzes

já nem sei se ainda tocam.

Reina a mudez de um trespasse,

pois, se nada mais evocam,

é que vivem face à face

com tanta miséria e dor,

que não podem mais falar

a bela fala do Amor...

xxxx

LADEIRAS DE OLINDA

Composição: Mirian Brindeiro

xxxx bbbb

Eu quero morrer aqui

Nessas ladeiras que sempre subi

Eu quero morrer aqui

Nessas ladeiras que sempre subi

Fazer o passo

Atrás de Lenhadores

Ver maracatus

E Bumba-meu-boi

Os papagaios contemplando a Sé

Circo Nerino, jogos de botão

Fugir de casa para a serenata

Tomar banho de bica

Cuscuz e passeata

Jogar pelada perto do Fortim

Bonde de Olinda tenha pena de mim

A ventania perto do Seminário

As ruas estreitas quase sem iluminação

Subterrâneos talvez imaginários

Ribeira dos escravos na solidão

Ver mamulengos quase improvisados

Homem da Meia Noite

saindo na escuridão

Farolito retretas no Carmo a alegria

Toinho das Moças atendendo no balcão

A Liberdade agora conquistada

O grito de Bernardo soando na escuridão

Pitombeira e Elefante de braços dados

E eu no meu delírio

Chorando na multidão.

xxxx

MARIM DOS CAETÉS

Alceu Valença

xxxxx

Não chore menina bonita

Se Deus quiser

Te vejo na Marim guerreira dos Caetés

De novo pra subir ladeiras

Te dou meus pés

Olinda Marim tão bonita dos Caetés

Vamos embora cabra-cabriola

Tá chegando a hora da gente arribar

Vamos embora já fui caipora

No jogo da sorte sempre dei azar

Vamos embora sei do itinerário

Por ali passamos por aqui passou

Uma "a la ursa" da fita amarela

Abrindo janelas para o nosso amor

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OLINDA (SONHO DE VALSA)


Alceu Valença

xxxx

Olinda

Tens a paz dos Mosteiros da Índia

Tu és linda

Pra mim és ainda

Minha mulher

Calada

O silêncio rompe a madrugada

Já não somos aflitos nem nada

Minha mulher

Tu voltas

Entre frutas, verão e tu voltas

Abriremos janelas e portas

Minha mulher

XXXX

HINO DO ELEFANTE

Composição: Clídio Nigro / Clóvis Vieira

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Ao som dos clarins de Momo

O povo aclama com todo ardor

O Elefante exaltando

As tuas tradições

E também seu esplendor

Olinda, este meu canto

Foi inspirado em teu louvor

Entre confetes, serpentinas

Venho te oferecer,

Com alegria o meu amor.

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Olinda! Quero cantar

A ti esta canção -

Teus coqueirais,

O teu sol, o teu mar

Fazem vibrar meu coração,

de amor a sonhar

Em Olinda sem igual

Salve o teu Carnaval!

3 comentários:

Anônimo disse...

Está lindíssima a homenagem à Olinda. Parabéns! Vemos aqui um olindense apaixonado por sua terra e por sua gente. Há esperança de um futuro melhor para essa cidade que é pura poesia. A construção do projeto de amor à Olinda já começou.
Patrícia Vasconcellos

Anônimo disse...

Salve Olinda Arlindo, no dia do aniversario de olinda deveria se carnaval com as principais troça decendo as ladeiras de olinda. Não aguento mais so ver as homenagens com 5 passista e uma troça na globo e sem a população acompanhando. um abraco
manuela da azeitona.

Anônimo disse...

Proximo ano melhora, tou com voce arlindo e nao abro mao. meu prefeito e rumo a vitoria.
andre farias