Buracos invadem Presidente Kennedy

Arthur Mota	Folha de Pernambuco 20/07/2009 Buracos invadem Presidente Kennedy Transitar pela avenida, em Olinda, tem se tornado um martírio para população
CONDUTORES reclamam que têm prejuízos pois carros quebram constantemente
José Accioly

Pela avenida Presidente Kennedy, em Olinda, passam, diariamente, 96 mil pessoas. A via possui cerca 4,5 quilômetros de extensão e, em condições normais (leia-se sem buracos, trechos interditados e piso devidamente pavimentado), os motoristas poderiam atravessá-la em pouco mais de dez minutos. Entretanto, hoje, os condutores gastam mais de 40 minutos para cumprir o trajeto. Além de serem motivos para perder a paciência, os problemas põem em risco a conservação dos veículos.
“Isso aqui está parecendo mais um canteiro de obras. É muito buraco, os carros caem e acabam quebrando. Em um mês, tive um prejuízo acumulado de mais de R$ 530 somente em peças, fora a mão-de-obra. Tive que deixar meu carro em casa, quebrado, e ir trabalhar a pé por não ter dinheiro para consertá-lo”, esbravejou o mecânico industrial Evandro Jorge Paez Martins, de 37 anos. Ele disse que não vê melhoras na via desde que começou a requalificação, em outubro do ano passado. “Ao contrário: só vejo a população reclamando. Há uns 15 dias, um grupo de moradores fizeram um protesto por conta do atraso dessa obra”, disse.
“Além de demorar muito, não vejo as pessoas trabalhando aqui. É muito estranho, porque eles quebraram tudo e não procuraram requalificar em seguida. Por conta disso, os ônibus estão demorando mais. O pior é que reclamamos à prefeitura e ela diz que é com o governo. Quando vamos ao governo, eles dizem que o problema é com a administração municipal. Não sabemos a quem recorrer”, denunciou a diarista Eliane Borges, de 40 anos, que reside há mais de dez na avenida.
A reportagem identificou três trechos bastante deteriorados na avenida. Os fragmentos variam entre 50 e 200 metros de extensão. O primeiro fica próximo ao Centro da Moda, no início da avenida. O segundo está localizado em frente a uma emissora de rádio e o terceiro, entre a residência de número 3.509 e um posto de gasolina. Este último, inclusive, está há quase seis meses interditado por conta da requalificação. Por causa disso, ônibus, motos e carros dividem as duas únicas faixas para se deslocarem em sentidos contrários.
“Está vendo essa situação aqui?”, apontou o aposentado Aluísio Pedro da Silva, 56, para o último trecho crítico. “Isso está há muito tempo parado. Muitos acidentes já aconteceram e veículos quebraram por causa dessa bagunça. Quando não está chovendo, a poeira invade as casas e lojas”, reclamou.
Em nota, a Prefeitura de Olinda informou que as obras de requalificação são de responsabilidade do Governo do Estado e que o município tem realizado, em caráter emergencial, ações de tapa-buracos, limpeza de galerias, canaletas e linhas d’água. A Secretaria de Planejamento e Gestão de Pernambuco (Seplag) disse que as intervenções na avenida integram a obra de implantação de um corredor metropolitano de transporte, que facilitará o tráfego ao longo da via. As obras fazem parte do programa Prometrópole e custam R$ 7,5 milhões. A previsão é que seja concluída em maio de 2010. Além da requalificação, o projeto prevê a desapropriação de 100 imóveis (77% já resolvido) para alargamento do endereço e substituição da pavimentação por placas de concreto.