10 novembro, 2009

O tributo que Olinda cobra
Germano Coelho
super@ciee-pe.org.br

O Jornal do Commercio do último dia 20, abriu manchete na primeira página: Recifense terá imposto do Brasil Colônia. E, no caderno Economia, o debate dataxa polêmica: Olinda cobra tributo no Recife. Como ex-prefeito de Olinda, acompanhei o problema, desde o início.
No começo, a União confrontou-se com Olinda, em primeira instância, e Olinda venceu por unanimidade. A União recorreu ao Tribunal Federal de Recursos, em Brasília. Tive diversos encontros com o Ministro Audir Passarinho, relator do processo. Ele me perguntava com muito humor. "De quando é mesmo prefeito o caso que o senhor defende?" E eu respondia: 12 de março de 1537. E ele completava:"Nunca entrou aqui um caso tão antigo. Vou ter que estudar a história do Brasil para poder julgar". E, quando veio o julgamento, Olinda ganhou de novo por unanimidade. A União recorreu então ao Supremo Tribunal Federal. Dois Ministros tinham sido meus colegas, no magistério da Faculdade de Direito do Recife. E eram também meus conterrâneos da paraíba: Djaci Falcão e Luiz Rafael Mayer. Fui ao Supremo e conversei com ambos. Pedi apenas que o julgamento fosse o mais rápido possível, com vistas às comemorações do V Centenário do Nascimento de Duarte Coelho. Em 6 meses saiu o julgamento do Supremo: Olinda venceu a União por unanimidade. Que significa isto? que o caso está encerrado. O problema envolvia apenas a propriedade de terras. O rei Dom Joham III havia assinado a Carta de Doação da Capitania de Pernambuco a Duarte Coelho, em 5 de setembro de 1534. 19 dias depois, o rei assinara o "Foral de Duarte Coelho", dando Pernambuco "para ele e todos os seus filhos, netos, herdeiros e sobcessores de juro e verdade para sempre". Em 12 de março de 1537, na Carta de Foral conferida à Câmara da Vila de Olinda, Duarte Coelho doou essas terras, que vão até o cabo de Santo Agostinho, "para uso e gozo do povo de Olinda".
A pergunta aos ministros do Tribunal Federal de Recursos e do Supremo Tribunal Federal era só esta: O direito brasileiro atual reconhece que essas terras não são da União, mas para uso e gozo do povo de Olinda? E este foi veredicto unânime: são "para uso e gozo do povo de Olinda". Não são da União.
O Recife deve muito a Olinda. Todo o seu território é um pedaço de Olinda. Recife das revoluções de Olinda. A bandeira de Pernambuco, desenhadano Seminário de Olinda, é um marco na história da vila de Duarte coelho. O hino é uma exaltação à Olinda, "nova Roma dos bravos guerreiros", e à República, que é filha de Olinda", tabocas, em 1645, e Guararapes, em 1648 e 1649, são batalhas travadas e vencidas, no solo de Olinda.
Andou certo quem juntou as duas cidades:Arquidiocese de Olinda e Recife. Por isso, propus, há tanto tempo, mudar o nome da velha escola: Faculdade Direito de Olinda e Recife e da capital de Pernambuco: Olinda e Recife. Agora, Olinda pede ao Recife. Não pague mais os terrenos de marinha à União. Não envie esses cursos para longe, em Brasil. O Supremo já decidiu. Eles são como queria Duarte Coelho, "para uso e gozo do povo de Olinda". Eles devem ser pagos aqui, como foro devido à Olinda. Devem ser investidos aqui na Região Metropolitana do Recife, depois, o quantitativo é até menor do que o pago à União como terreno da marinha. E o atrasado pode ser dividido em pequenas parcelas.

Germano Coelho- ex-prefeito de Olinda

Jornal do Commercio- 10-11-09

POSTADO POR ARLINDO SIQUEIRA


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3 comentários:

Anônimo disse...

ARLINDO, GERMANO COELHO É UM HOMEM ESTUDIOZO E ELE FAZ UMA VERDADEIRA AULA PARA ESSESANALFABETO QUE QUER SER ENTENDIDO, GOSTEI DE LER EM SEU BLOG
POIS NÃO CUSTUMO LER JORANAL. PARABENS TOU GOSTANDO DE TEU BLOG.

VÁ ENFRENTE !!!!!

VIVA OLINDA DO SEU TEMPO E DE GERMANO. NÃO A OLINDA DE HOJE!!

VERA LUCIA PROFESSORA OLINDA.

Anônimo disse...

GERMANO É DEZ..........

Anônimo disse...

TEM MAIS É QUE COBRAR MESMO ROUBARO TUDO DE OLINDA. GERMANO TA CERTO...