22 setembro, 2010

Diario Político

DEU HOJE NO DIÁRIO DE PERNAMBUCO (POLÍTICA)


Marisa Gibson
mgibson@dabr.com.br


Fatura liquidada?

Se ainda tem eleitores indecisos, sobretudo em relação aos candidatos para o Senado, isso já quase nem importa A doze dias das eleições, o que se ouve é que a fatura está liquidada e daqui pra frentes tudo o que for feito é só para cumprir tabela. Esta sensação não diz respeito apenas à eleição para governador do estado, onde os percentuais de votos do governador Eduardo Campos, 68%, lhe garantem a vitória no primeiro turno. O pensamento também é o mesmo em relação à sucessão presidencial, posto que os escândalos da violação do sigilo fiscal e das propinas que derrubaram a ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, não abalaram a candidatura de Dilma Rousseff, o que deixa a petista a um passo da vitória no primeiro turno. A diferença que separa Dilma de seus principais adversários, José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV), não é tão grande quanto a de Eduardo sobre Jarbas. A eventual vitória de Dilma no primeiro turno se sustenta num percentual médio, entre todas as pesquisas, que ainda não chegou a 10%. Juntos,Serra e Marina até que poderiam anular esta diferença mas cadê discurso para anular o favoritismo do palanque governista? Há um entendimento entre os oposicionistas de que as denúncias de tráfico de influência que abalaram a Casa Civil teriam poder de combustão suficiente para queimar qualquer candidatura. Mas nem assim os oposicionistas se animam com uma possível reversão do cenário eleitoral. Aliás, proporcionalmente, os governistas tiveram mais medo do escândalo - a degola rápida de Erenice é uma prova disso - do que os oposicionistas tiveram coragem para o enfrentamento com o presidente Lula e sua candidata Dilma Rousseff. Em conversa com esta colunista, deputados federais e estaduais da oposição, candidatos à reeleição, confessam, por exemplo, que passam ao largo desta questão porque o que interessa mesmo a esta altura é assegurar seus mandatos. E essa omissão se explica pelo fato de que deputados sustentam seus mandatos à custa de benesses do poder executivo que se traduzem na liberação de recursos dasemendas aprovadas e ninguém vai bater em Lula ou em Dilma, para correr o risco de eliminar o futuro. Então, se é assim...

O segundo turno // Dentro do governo ninguém abre o jogo, até porque Eduardo Campos não deixa, mas já há uma preocupação com a futura composição do segundo governo, caso se concretize a reeleição do governador. O que se diz é que a acomodação das forças políticas que compõem a Frente Popular será um segundo turno bem mais complexo e mais difícil de se administrar do que está sendo a campanha neste primeiro turno da eleição.

Onde? // Uma das questões que se analisa, por exemplo, é onde Eduardo poderá colocar Fernando Bezerra Coelho (PSB), secretário de Desenvolvimento Econômico. Caso seja ungido à condição de reserva para futuras eleições majoritárias, Bezerra Coelho terá que ter uma dimensão maior do a que tem hoje, e não há uma secretaria mais forte do que a que ele comanda hoje. A saída, então, poderia ser um cargo em Brasília.

Caciques // Se todos forem eleitos como esperam os governistas, não vai faltar cacique na base do possível segundo governo Eduardo, a começar por Humberto Costa (PT) e Armando Monteiro Neto (PTB) que disputam o Senado, e João Paulo (PT) que deve ser um dos deputados federais mais votados. Registro: todos quatro são aliados de fé mas nenhum é socialista.

O PSDB // Muitos tucanos estão na expectativa de deitar e rolar no governo estadual, diante da possível reeleição de Eduardo e da aproximação do senador Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, com o governador. Porém, o que se comenta, entre os governistas, é que a possível futura aliança entre Eduardo e Guerra é mais para acordos nacionais do que trocas locais.
 
 

POSTADO POR ARLINDO SIQUEIRA

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