29 janeiro, 2012

Festa dos 50 anos do Ceroulas

29/01/2012

 Ouça o hino da troça   

Será que neste ano alguém vai ter coragem de ir para a Lua como diz o hino do Ceroulas de Olinda "Eu vou esse ano pra Lua, não é privilégio, foguete já tem. Eu quero ver se o carnaval de rua, de Collins e Neil Armstrong já disse vai bem. Eu quero ver se tem troça que escolha, como em Olinda que tem a Ceroula.. " e perder a grande festa? Uma das troças mais tradicionais da Cidade Alta completou 50 anos de folia no último dia 5 de janeiro. Para comemorar, neste domingo, a partir das 14h, no Pátio do Mosteiro de São Bento em Olinda, a troça faz uma grande festa à altura do seu cinquentenário.  

Para a festança são esperadas 6,5 mil pessoas e durante o sábado e a terça-feira de carnaval, onde a troça desfilará em Olinda, sairão para as ladeiras 1,4 mil componentes, 700 homens e 700 mulheres, que prometem fazer um dos seus melhores desfiles. A fartura conhecida continuará firme e forte. No sábado de Zé Pereira, mais de 60kg de feijão farão a feijoada da comemoração e na terça o prato será uma caldeirada.    

Tudo começou no ano de 1962, quando um grupo de seis amigos resolveu criar seu próprio bloco. A finalidade era sair só homens acompanhados por uma boa orquestra, muita comida e bebida à vontade. No primeiro desfile saíram 16 componentes, e o traje não poderia ser diferente: ceroula branca, camisa social branca, colete cinza, gravata borboleta, sapato social e meias pretas e chapéu coco preto. "Era apenas uma desculpa de seis amigos para brincar o Carnaval desacompanhados (das esposas) e hoje essa tradição vem passando de pai para filho e por isso o público tem se renovado, se mantido jovem", contou Marcos Sales, presidente do bloco e filho de um dos fundadores, Antônio Sales, conhecido como Cabela.           

Em cinquenta anos algumas coisas mudaram. O número de componentes, hoje, aproxima-se dos 700. Das roupas, por motivos climáticos, só a ceroula e agora um chapéu de palha permaneceram. Ah, e é claro que as mulheres conseguiram seu lugar na troça. "Os homens da Ceroulas não vivem sem as mulheres", confessa Marcos. "Mamãe brigava demais porque queria desfilar", lembra. Em 1987, as mulheres enfim, conseguiram. Não desfilam todos os anos, mas, de cinco em cinco anos, elas embelezam mais a festa. A alegria sentida pelos componentes do grupo é indescritível. Dos seus fundadores, três ainda estão vivos e desde a primeira comemoração, em outubro, até agora, estão muito emocionados com tudo o que está acontecendo. Basta a orquestra tocar os primeiros acordes que a multidão entoa seu hino.

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