Eleições: Seu Voto e sua vida!
Processo eleitoral:
momento decisivo para a transformação da vida de nossa cidade
Bom pessoal! Estamos às vésperas de mais uma eleição geral, para os
cargos Municipais. Momento oportuno para refletirmos sobre a democracia, o
voto, a política, o bem comum. Vou falar hoje sobre Eleições 2012. Veja só
pessoal, eu queria dizer a vocês que eleições é uma coisa muito importante, e
que não se deve tratá-la como uma ocasião qualquer, pois esse nomezinho de
apenas Oito letras é o que vai decidir o futuro de nossa cidade, esse meu
recado vem para todos os jovens de nosso país, vou contar uma história de uma
mulher chamada Josefina que de tanto se preocupar com os outros acabou entrando
na política. Vamos lá:
Outra vez, Josefina?
Dona Josefina voltava para casa feliz. Estava conseguindo, junto com
outras pessoas, que o pessoal lá do bairro se organizasse melhor para levar
adiante as iniciativas para melhorar a vida daquele povo.
O caminho foi longo, mas os frutos estavam aparecendo. Entrando em casa,
o marido, seu Maneco, de cara meio fechada, foi logo dizendo:
- Outra vez, Josefina? Quando é que você vai desistir
dessa mania de se preocupar com os outros? Por que você não se preocupa mais
com você mesma? Pare com essa mania de ficar fazendo política por aí!
Mesmo chateada Josefina respondeu:
- Nunca, Maneco! Como poderia deixar de fazer o que estou fazendo? Além
do mais, quando me preocupo com as coisas do bairro, estou melhorando também a
minha vida e a vida da nossa família! Você não percebe que estou ficando mais
animada, mas atenciosa com as crianças e com você? Se for preciso mudar alguma
coisa para melhor, tudo bem, mas nunca deixarei de fazer o que é bom para mim,
para nós e para os outros. Tomara que um dia você também entenda isso!
Política
na Vida
A história de Josefina e Maneco mostra bem a realidade do Brasil e o
conceito que as pessoas têm de política.
Muitas pessoas, como seu Maneco, acham que política é coisa para um pequeno grupo de
pessoas. Como esse pequeno grupo aparece geralmente só antes das eleições,
prometendo mundos e fundos, acaba não existindo compromisso nenhum entre o
eleitor e aquele que é eleito. Diante disso, grande parte da população, como o
seu Maneco, chega a concluir que “política é coisa suja e que todo político é
ladrão”.
Mas também existe muita gente que acredita que todo dia é dia
de fazer política, pois política é a arte de governar a cidade. Sendo assim, a
política não pode ser algo exclusivo daqueles que foram eleitos, embora eles
tenham uma responsabilidade maior para com a cidade, pois são os responsáveis
diretos pela votação das leis e pela gestão da cidade.
Em outubro, seremos convocados novamente para a eleição do nosso Governante maior.
Para entendermos melhor o processo eletivo, vamos refletir sobre uma questão
que está diretamente relacionada ao assunto: democracia.
Eleição é Democracia?
Mas o que entendemos por democracia? Podemos logo afirmar que ela existe
onde as pessoas assumem o destino de uma instituição, comunidade, município,
estado, país... Sua marca fundamental é o processo de decisão coletiva e a
respectiva responsabilidade política que isso gera para todos.
É bastante comum identificar democracia com eleições, como se
fossem exatamente a mesma coisa. Este pensamento não é totalmente correto e é
fácil demonstrar isso, já que é o nosso caso. Nós vivemos num país onde a
população tem acesso ao voto e, teoricamente, vive num sistema democrático. Mas
será que vivemos numa nação democrática de fato? É claro que não!
Desde seu surgimento, na Grécia antiga, a democracia manifestou-se de
muitas maneiras diferentes. No entanto, são escassos os exemplos históricos de
sociedades ou grupos que tenham vivido de acordo com esse ideal.
Democracia
Direta e Indireta
A palavra democracia origina-se do grego demos (= povo) e kratos (=
autoridade ou poder), ou seja, uma forma de organização que reconhece a cada um
dos membros da comunidade o direito de participar da direção e gestão dos
assuntos públicos.
Mas aqui surge uma questão bastante complicada: Como os 160 milhões de
brasileiros podem participar da gestão dos assuntos públicos do Brasil?
Evidentemente, são reduzidas as possibilidades de participação direta, dado o
número e a complexidade dos assuntos públicos.
Assim, podemos tirar uma primeira conclusão: só é possível o exercício direto da
democracia em algumas pequenas instituições: família, clubes, associações,
grupos...
Nos países democráticos é comum o exercício da democracia
por meio de um sistema indireto ou representativo. Os cidadãos elegem
representantes, cuja participação nas diversas instâncias de instituições
garantirá a defesa dos interesses do povo.
Esses representantes fazem parte de vários partidos políticos, que
se identificam com os interesses de uma classe ou grupo social e sustentam
diferentes opiniões a respeito de como solucionar os problemas da sociedade.
O sistema no Brasil funciona dessa forma. Você vota num candidato
e este, se eleito, defende (ou deveria defender) o que é melhor para a sua comunidade,
bairro, cidade...
Entendeu agora a importância do seu voto? Você vota em pessoas que depois votarão
por você, isto é, farão as leis e administrarão a vida da sua cidade, da sua
vida. Por isso fica o conselho: Não jogue seu voto no lixo, pois sua vida
estará indo junta!
Democracia
pela metade
Mesmo na democracia grega ocorriam situações em que a normalidade
democrática era interrompida por meio de mecanismos que se repetiram ao longo
da história. Por ocasião de conflitos com uma região ou cidade vizinha,
atribuíam-se a alguns generais poderes absolutos enquanto durasse a guerra. Às
vezes, depois de encerrada a guerra, aproveitando o prestígio popular
conquistado, os generais acabavam apossando-se do poder como ditadores.
Hoje, no Brasil, nós temos um problema parecido: a população
exerce seu direito democrático ao votar e acha que com isso acabou sua
obrigação como cidadã. Lembram na atitude do seu Maneco? Exatamente! Temos uma
democracia pela metade!
Embora o parágrafo único do Art. 1º da constituição brasileira
de 1988 afirme que: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”, os
brasileiros não estão assumindo e exercendo este poder.
O voto é o primeiro sinal de que, teoricamente, vivemos num país
democrático. Mas a democracia não pode parar por aí. Daí a necessidade de votar
em candidatos e partidos que realmente querem trabalhar com o povo durante todo
o mandato e não simplesmente quando se aproximam as eleições.
Novamente
Josefina
Bom, acredito que você ainda não tenha esquecido da história da dona
Josefina. Agora chegou a hora de contar mais uma parte da vida desta mulher,
uma verdadeira política!
Na hora do jantar, falou para todos da família que tinha sido eleita
a presidente da Associação de Moradores. Os filhos, Mateus e Felipe, fizeram
uma festa e abraçaram a mãe. Seu Maneco ficou em silêncio. Antes de dormir,
dona Josefina abraçou e beijou o marido. No dia seguinte, além dos afazeres de
casa, havia algo de muito importante para o bairro. Ele ficou pensando: Por que
será que a esposa tinha tanta confiança das pessoas do bairro?
No dia seguinte, o salão do Conselho Comunitário do bairro estava
cheio. Depois de ampla divulgação da reunião, lá estavam representantes da
associação de moradores, igrejas, clube de mães, sindicato, etc. Pauta da
reunião: Conclusão das discussões sobre o projeto de urbanização do bairro,
projeto que seria apresentado na semana seguinte na Câmara de Vereadores. Ah, o
vereador do bairro também estava lá.
Uma surpresa: até seu Maneco estava lá! Alguma coisa tinha mudado na cabeça
dele, pois sempre afirmara que “todo político é ladrão”.
Adivinhe quem estava coordenando a reunião, ela mesma: dona Josefina!
Quando ela começou a falar, seu Maneco deu um sorriso: estava admirado!
Dona Josefina motivou o encontro:
- A história do nosso bairro tem a marca da luta comunitária, onde a
participação foi e é a grande vencedora. Valeu a pena o esforço de tanta gente.
Em meio a dificuldades e conflitos, assumimos o destino político do nosso
lugar. Hoje, graças a Deus, sabemos como é importante a participação de todos
para conseguirmos uma vida melhor para todos.
O vereador também acrescentou:
- As conquistas que já tivemos devem-se à participação de muita gente.
No início, poucos vinham às reuniões, pois não queriam se envolver com
política. Foi um trabalho educativo de mais de três anos, assumido pelas
lideranças de várias organizações do bairro. Muitos ainda não participam.
Infelizmente não entenderam a importância da verdadeira política. O
interessante é que nosso jeito de fazer política já está chamando a atenção de
outros bairros do nosso município!
Depois de concluir as discussões sobre o projeto de urbanização
do bairro, decidiram que um grande número de pessoas participaria da reunião da
Câmara para pressionar os vereadores.
A importância das Eleições
Você percebeu pela história de dona Josefina que todos podemos fazer
política. Também percebeu que nem todos os políticos que ocupam cargos eletivos
preocupam-se somente com seus interesses particulares.
O maior desafio antes das eleições é o de identificar os
candidatos que realmente querem se comprometer com o povo na luta pela melhoria
da qualidade de vida. Trata-se de separar o trigo do joio.
Há muitas pessoas que, como são obrigadas a votar, troca seu
voto por favores, até por um prato de comida. Isso não ocorre por acaso, é
questão de cultura e por causa da tremenda miséria do povo. Muitas vezes são os
maus políticos que ajudam a causar a miséria para depois usarem seu poder de
corrupção na compra dos votos da população pobre. É a chamada corrupção
eleitoral.
Felizmente há comunidades que se organizam na luta por seus direitos e
constroem um novo jeito de fazer política. São lideranças populares que
promovem um trabalho educativo de informação e conscientização política.
Estimulam a participação do povo, valorizam a sua contribuição, ajudam a criar
condições para que todos usufruam a administração pública, etc. Isso é fazer
política de verdade!
Fale, Pimpolho!
Poderíamos nos perguntar: Como surgem
os candidatos? Bom, alguns não preciso nem dizer: basta que tenham dinheiro,
uma boa imagem ou o apoio de algum grupo rico. Mas, como vimos na história de
dona Josefina, nem todos os políticos são assim. Ninguém melhor que a própria
dona Josefina para falar sobre isso.
Pimpolho-Como saber se um candidato é bom para a comunidade?
Dona Josefina - Bom, a nossa comunidade estava cansada de ver sempre a mesma
história: o cara fala bonito, promete muito, é eleito, entra meio rico e sai
muito mais rico, deixando o nosso pessoal cada vez mais abandonado e no buraco.
Então os moradores decidiram tentar um caminho novo.
Procuraram um partido e um candidato que não prometesse
muito nem quisesse fazer tudo sozinho. Preferiram escolher um prefeito e um
vereador que governasse junto com a gente, que consultasse a população, que
decidisse onde e como gastar o dinheiro público sempre junto com o pessoal.
Pimpolho-Com certeza vocês sentiram uma diferença em relação aos políticos tradicionais,
aqueles que aparecem somente antes da eleição!
Dona Josefina – Sim, hoje a comunidade está adquirindo um novo conceito de
política. Está sendo uma experiência muito interessante. Muita coisa foi mudada
e está mudando. O pessoal foi gostando de ser político sem ser vereador,
prefeito, deputado...
Fazer política é coisa de todo mundo. Toda vez que participamos para escolher e
decidir sobre o que é melhor, sobre o como fazer estamos sendo políticos e
fazendo política. Até as oposições dos mais ricos, descontentes por estarem
perdendo seus privilégios, tornaram-se experiências ricas.
Pimpolho-Quais são as maiores dificuldades para encaminhar uma política desse
tipo?
Dona Josefina - Existem pelo menos quatro coisas que atrapalham esse tipo de
renovação da prática política:
- a força dos “coronéis” e dos políticos tradicionais
interesseiros. Eles querem manipular o voto e a vida das pessoas mais pobres,
para conservarem sua posição de privilegiados;
- os meios de comunicação. Eles têm sido os grandes eleitores
nas últimas eleições. Sendo controlados por famílias e empresas, apóiam
candidatos que garantam a continuidade de seus interesses;
- o medo e a dependência da população. Com tanta pressão e dependência é
difícil a população vencer o medo para decidir livremente. O crescimento dos
pobres aumenta ainda mais sua dependência por causa da necessidade de
sobrevivência;
- a falta de organização política da população. Isso faz com
que ela não veja e nem tenha alternativas.
Pimpolho-E agora, o que vocês estão discutindo?
Dona Josefina - O caminho feito ensina que há muita coisa para ser melhorada.
Uma delas, é conseguir maioria de vereadores favoráveis a esse tipo de
política. Dessa forma a democracia avançará e, quem sabe, um dia, se estabeleça
em todo o Brasil.
Bom, agora eu acho que com essas dicas vocês possam valorizar mais o seu
voto e ver direitinho em que vocês vão votar, pois é a nossa Cidade que
esta em jogo, se tiver duvida sobre o seu candidato, converse melhor com ele e
saiba mais quais vão ser os seu projetos ou vá ao comitê dele e tire suas
duvidas.
RODRIGO MARINHO (PIMPOLHO)
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