O novo trecho pavimentado da beira-mar de Olinda, por trás do Fortim do Queijo, no Carmo, não resistiu à circulação de veículos e afunda dia a dia. Para decepção dos motoristas, pouco tempo depois de ser liberada ao tráfego, em fevereiro último, apareceram depressões em toda a extensão de um quilômetro da via. “Não tem condições, prefiro dirigir pelos Bultrins para evitar os buracos, que acabam com a suspensão do carro. A situação piora à noite, porque a pessoa não enxerga as crateras”, diz o representante comercial Edilberto Júnior, morador de Olinda.
Além de quebrar a suspensão, os desníveis da pavimentação danificam molas e pneus, de acordo com o motorista de ônibus Alexandre Araújo. “Tudo isso é descontado do salário do motorista”, observa. “É um caos dia e noite e nem sempre temos como desviar dos buracos”, destaca.
A moradora de Casa Caiada Edna Hazin teve um dos pneus furado na nova beira-mar. “O caminho é péssimo, quando me esquivo de um buraco, caio em outro”, declara. “Em questão de buraco, Olinda consegue ser pior do que o Recife e Paulista juntos. A gente paga IPVA e não vê melhoria na ruas”, acrescenta o repositor de supermercado Marcos André de Menezes.
A construção da via – um desvio da Avenida Ministro Marcos Freire – faz parte de um projeto maior de urbanização do Fortim do Queijo e da implantação de uma praça à beira-mar. Teve início no primeiro semestre de 2008 e custou R$ 1,9 milhão, recursos do Programa Monumenta-BID, do Ministério da Cultura. “Não ficamos satisfeitos, não recebemos a obra e não pagamos a última etapa da fatura à empresa responsável”, afirma a secretária de Patrimônio de Olinda, Márcia Souto.
Conforme a secretária, a prefeitura acionou administrativamente a firma, que se recusou a refazer o trabalho. A empresa, diz Márcia Souto, alega que houve circulação de carros na rua, antes de o processo de pavimentação ficar pronto. O município nega que isso tenha ocorrido e toma providências para fazer o conserto sem prejuízo aos cofres públicos.
“Enviamos o processo à Procuradoria-Geral do município e estamos aguardando o parecer jurídico. O procurador vai analisar todos os documentos. Se ficar constatada a necessidade de reparação de danos pelo não cumprimento integral do contrato, poderemos usar a garantia da obra e o saldo restante para fazer o conserto”, diz ela.
A garantia, explica o arquiteto André Pina, da Secretaria de Patrimônio, é um depósito bancário que toda empresa faz ao executar um serviço. Correspondente a 5% do valor total. “Não aceitaremos esse prejuízo”, reforça Márcia Souto. A obra não foi inaugurada por causa dos abatimentos na pavimentação.
A prefeitura está contratando uma consultoria especializada de engenharia de solo, para descobrir a origem do problema e apontar a solução. A secretária-executiva de Patrimônio, Cláudia Rodrigues, disse que a escolha será por licitação (carta-convite). “Pretendemos iniciar a sondagem em 30 dias e a avaliação leva uns 20 dias”, diz a secretária.POSTADO POR ARLINDO SIQUEIRA E RICARDO COSTA
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