22 janeiro, 2010

Famílias obrigadas a sair de mais um prédio ameaçado

» RISCO DE DESABAMENTO


Defesa civil detectou rachaduras e afundamento no piso em edifício no Varadouro, em Olinda. Moradores devem retirar os objetos até domingo


Mais um prédio do tipo caixão foi interditado em Olinda pela Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdecol). Na manhã de ontem, 16 famílias foram surpreendidas em um edifício situado na Rua Valdemar Paulino dos Santos, no Varadouro. Os moradores ouviram estalos e identificaram rachaduras e afundamento de piso. Peritos da Comdecol foram chamados e, após uma vistoria detalhada, colocaram o imóvel em situação de alto risco de desabamento no nível 3, numa escala que vai até 4. Nos últimos dez anos, 82 prédios desse tipo foram desocupados na cidade. Os residentes têm até domingo para retirar os pertences.
O edifício tem 16 apartamentos e foi construído há dois anos e meio. Segundo a moradora Rose de Melo, 60, as rachaduras já existiam e os estalos eram comuns. “Moro aqui há um ano e cinco meses e a situação só piora”, contou. Os técnicos classificaram as falhas na estrutura como graves, devido ao tempo de construção do prédio. “É muito novo para ter tantos defeitos”, afirmou o coordenador do órgão Paulo Brito. Foram constatadas rachaduras, infiltrações e afundamento de solo.
Os donos do imóvel, os irmãos Gladja Araújo e Gláuter Ribeiro, também foram pegos de surpresa. “Não esperávamos a interdição. Temos todos os documentos provando que a prefeitura nos deu a licença para construir”, disse Gláuter Ribeiro. Todos os apartamentos são alugados por R$ 280, mais o valor do consumo de energia. “Os inquilinos vão ser ressarcidos. Vamos devolver o dinheiro do aluguel deste mês subtraindo o valor da conta de luz”, garantiu Gladja Araújo.
Os proprietários terão que procurar a Secretaria de Controle Urbano de Olinda para regularizar os documentos da edificação. O prédio possui licença para construção, mas não tem plantas nem o habite-se, documento expedido pelo município dando autorização para a ocupação do imóvel, informou o coordenador da Comdecol Paulo Brito. Eles ainda deverão realizar obras para recuperar a estrutura.
Os moradores estavam inconformados. “No meu apartamento, que é no térreo, tem muitas rachaduras. Não tenho medo e nem pra onde ir. Aqui é minha casa, não vou encontrar outro lugar até domingo”, disse a garçonete Socorro Borges, 46. “Não sei como vou conseguir uma casa para morar logo agora no Carnaval. Não quero sair daqui de jeito nenhum”, reclamou uma moradora que preferiu não ser identificada.
HISTÓRICO
Na noite de anteontem, alguns moradores escutaram estalos nas paredes e entraram em contato com o Corpo de Bombeiros, que acionou a Comdecol. Técnicos estiveram no local e observaram rachaduras e infiltrações, aconselhando os moradores a não dormir nos apartamentos, o que não aconteceu. 

CIDADE JORNAL DO COMÉRCIO 
POSTADO POR ARLINDO SIQUEIRA

 
     






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