22 janeiro, 2010

Professora é morta por bala perdida

Joana Nascimento voltava do médico com amiga, que estava com filha de 2 anos. Crime, ontem à tarde, chocou moradores da Vila Popular, Olinda


O furto de um boné provocou a morte trágica da professora Joana Catherine Castro Nascimento, 25 anos, que chocou os moradores da Vila Popular de Olinda, Grande Recife. Ontem à tarde, ela e uma vizinha, que estava com a filha de 2 anos, voltavam do médico com a criança, portadora de síndrome de Down, quando foram surpreendidas por uma perseguição. Três homens tentavam matar um jovem envolvido no desentendimento causado pela subtração do chapéu, na semana passada. Um dos rapazes começou a atirar no meio da rua e uma bala perdida atingiu o peito da vítima, que morreu na hora.
O estudante Ewerton José da Paz de Vasconcelos, 21, alvo dos criminosos, levou um tiro de raspão no braço direito, foi levado ao Hospital da Restauração, no Derby, área central do Recife, e passa bem. Os suspeitos estão foragidos.
Uma multidão cercou o corpo de Joana, na Rua Carmela Dutra, até a chegada do Instituto de Criminalística (IC), uma hora depois. A professora, nascida no bairro, trabalhava na Escola Luz e Saber, na frente de casa, na Rua Mário Sete. “Ela era muito querida por todos na comunidade. Nos fins de semana, ensinava catecismo a crianças na Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. É uma perda horrível”, afirmou a pedagoga Maria de Fátima, 50, amiga da família. O avô de Joana, Luís Cipriano de Castro, 79, ficou desolado com a morte da neta. Chorando muito, lamentou a perda de Joana, chamada pela família de Gordinha. “Ela era uma pessoa muito boa. Não sei como vamos conseguir viver agora.”
De acordo com policiais que tomaram o depoimento da vizinha de Joana, pouco antes do início do tiroteio, elas haviam parado em frente à casa de nº 190. A professora resolveu ficar sob a sombra de uma árvore, pois fazia calor. Ao ser atingida, antes de cair, ela teria dito à amiga: “Olha pra cá, estou sangrando”.
Por volta das 15h, policiais do 1º Batalhão da Polícia Militar que estavam nas proximidades, ouviram os disparos e percorreram a região em busca dos atiradores. Foi quando a irmã de Ewerton – que, durante o tiroteio, conseguiu correr para dentro de casa, na Rua Elis Regina – pediu socorro e avisou que ele estava ferido.
Ainda hospitalizado, Ewerton falou com o JC. Ele recebeu alta na noite de ontem e seguiu para a Delegacia de Peixinhos, onde prestou depoimento. “Eu estava voltando de uma lan house, aonde eu e meus amigos sempre vamos, para encontrar minha namorada. No caminho, encontrei Carlos (nome fictício) e dois amigos dele. Ele olhou para mim, olhou para os amigos e balançou a cabeça. Aí eles começaram a atirar.”
Ewerton acredita que virou alvo porque é amigo de Paulo (nome fictício). “Há poucos dias, Paulo pegou o chapéu de Carlos. Ele disse que aquilo ia ter volta”. O estudante também afirmou não ter envolvimento com o crime e lamentou a morte de Joana. “Minha mãe trabalha com a mãe dela na igreja. É muito triste”, disse.
O delegado de Peixinhos, Bruno Magalhães, afirmou que a polícia já identificou os suspeitos e está em diligência. Ele pediu que os nomes verdadeiros não fossem divulgados para não comprometer as investigações. 

Cidades Jornal do Comércio 
POSTADO POR ARLINDO SIQUEIRA

 
     






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