04 janeiro, 2010

Obras complicam o trânsito

Para os moradores da Cidade Alta, os serviços que provocaram alterações no fluxo de veículos transformaram a área do Sítio Histórico em terra sem lei

Moradores da Cidade Alta de Olinda se despedem de 2009 com uma série de críticas à prefeitura, por causa das mudanças na circulação de veículos, em função de obras que estão sendo executadas no Sítio Histórico. “Isso aqui virou uma terra sem lei”, dispara a dona de casa Edi Melo de Souza, apontando os blocos de concreto que dividem a Rua do Sol em duas faixas há dois meses.
O trânsito na Rua do Sol funciona com mão única, no sentido Olinda-Recife, durante o dia. Por volta das 16h, o fluxo passa a ser de mão dupla apenas para carros de passeio. “Dizem que é para diminuir o volume de carros na pista nova, que passa pelo Fortim do Queijo, e que afundou logo depois de liberada ao tráfego em fevereiro passado”, diz a dona de casa Selma Gomes.
Segundo elas, a alteração provoca congestionamentos e acidentes frequentes de carro. “É um transtorno atravessar a rua a partir das 16h, o trânsito fica todo desorganizado”, afirma Edi Melo. Selma Gomes acrescenta que já chegou a discutir com um guarda municipal, pela dificuldade que enfrentou para atravessar a rua.
As duas mulheres também reclamam da ocupação de áreas públicas com mesas e cadeiras de bares e restaurantes, no Carmo. “Ninguém nem percebe a existência da Praça da Maxambomba (defronte aos Correios). As brigas são constantes no bar que ocupa a praça. Domingo passado teve tiros e morte. O pior é que não foi a primeira vez que isso aconteceu”, destacam.
Selma Gomes chama a atenção para esgotos estourados nas calçadas da Rua do Sol e acusa a prefeitura de ter permitido a privatização de uma via que ligava a Rua do Sol ao novo trecho da beira-mar, que teve o pavimento de paralelepípedo danificado. “A prefeitura criou uma praça de eventos e, com isso, dois restaurantes se apropriaram da rua”, declara.
Ontem, comerciantes e visitantes da Sé queixaram-se das obras de urbanização iniciadas em junho de 2008 e que resultaram em modificações no trânsito. “A circulação está conturbada, os motoristas não sabem por onde trafegar”, diz a comerciante Cláudia de Oliveira. “A situação se complica mais ainda quando sobem caminhões grandes com material para a obra, porque tudo fica interditado.”
Cláudia reconhece que, depois de finalizada a intervenção, a Sé ficará em melhores condições para todos, mas lamenta a morosidade da obra. “A área vai ficar bonita. Agora, até lá, o movimento vai cair um bocado”, afirma. Hoje, a subida para a Sé, de carro, é feita pela Rua do Amparo. A Rua Bispo Coutinho ficou com sentido único, da Misericórdia para o Largo de São Francisco. É comum encontrar condutores na contramão e ouvir xingamentos entre motoristas e pedestres.
A secretária de Patrimônio de Olinda, Márcia Souto, explica que o desvio de trânsito na Rua do Sol é temporário, enquanto a prefeitura providencia os reparos necessários na nova pista. O paralelepípedo será substituído por asfalto. “Nosso objetivo é reduzir o tráfego na área danificada, na volta dos trabalhadores para casa”, informa.
Sobre a obra na Sé, ela disse que a previsão é concluir os trabalhos (embutimento da fiação, reforma da praça, instalação do elevador panorâmico) em meados de 2010. “Vamos interromper o serviço no Carnaval”, adianta. 
Cidades- Jornal do Comércio
Publicado em 01.01.2010


POSTADO POR ARLINDO SIQUEIRA

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