16 setembro, 2010

Incêndio trava o Recife

DEU HOJE NO DIÁRIO DE PERNAMBUCO (VIDA UUBANA)

Fogo começou no início da tarde em um galpão da SDS, em Joana Bezerra, e causou transtornos

Trânsito parado nos principais corredores da cidade, ruas interditadas, semáforos apagados, interrupção no funcionamento do metrô. O Recife viveu, ontem, uma tarde de caos. Dessa vez, não foi um protesto que exigiu a paciência de quem tentava circular. O congestionamento cortou a Agamenon e travou os sentidos Norte e Sul, chegando a Boa Viagem. A explicação estava no coração da cidade. A grande nuvem de fumaça preta que se formou por volta das 13h, no bairro de Joana Bezerra, e que podia ser vista de vários pontos do Recife, indicava que não se tratava de um sinistro qualquer.


Projéteis armazenados no local eram lançados na rua, assustando a população Foto: Inês Campelo/DP/D.A Press
A explicação era um incêndio de grandes proporções, o maior do ano segundo os bombeiros, no depósito da Secretaria de Defesa Social (SDS), onde estavam armazenados munições, armamentos, documentos, móveis e outros materiais inflamáveis. As chamas mudaram a rotina do recifense e trouxeram pânico e angústia para quem vive nos arredores. A SDS não soube informar a origem do fogo e nem se havia sido criminoso. Oficialmente, não houve feridos. Mas vários moradores foram atingidos por projéteis que explodiram com as chamas.

O fogo começou por volta das 12h30 num dos galpões do imóvel, de 12 mil metros quadrados, do outro lado da Estação Joana Bezerra. No local, funcionavam as delegacias do bairro e de Repressão e Combate à Pirataria, o almoxarifado e a gráfica da Polícia Civil, além da administração da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais e depósitos de móveis, munições e armas. As chamas atingiram, principalmente, o paiol de munições da SDS, além de outros três galpões. Dez viaturas do Corpo de Bombeiros e da polícia e um efetivo de 86 homens foram deslocados para a área. Mais de 180 mil litros de água foram gastos até que o incêndio fosse controlado, por volta das 15h30. Mas o trabalho de rescaldo deverá se prolongar por três dias.

Apesar de localizado, o episódio foi suficiente para expor os pontos fracos da cidade, como a fragilidade do sistema de transporte. Como a nuvem de fumaça tomou conta da Estação Joana Bezerra e havia risco de pessoas serem atingidas pelos projéteis, o terminal foi fechado. O funcionamento do metrô ficou parcialmente interrompido por uma hora e meia. O desligamento da rede elétrica nos bairros de Joana Bezerra, Brasília Teimosa, Pina e parte de Boa Viagem deixou semáforos apagados durante quase toda a tarde. O resultado foi congestionamentos nas principais vias de acesso ao Centro e nas zonas Norte e Sul. A Rua Imperial ficou interditada para veículos e pedestres. As avenidas Agamenon Magalhães, Norte e Domingos Ferreira ficaram engarrafadas. A situação só começou a voltar ao normal no início da noite.

Boatos sobre a origem do incêndio se espalharam pela comunidade. Entre eles, o de uma ação do PCC. Outros contavam nas ruas que o fogo seria um protesto pelo desaparecimento do menino Lucas Kauan, 8 anos, que residia na Joana Bezerra e que está sumido há 12 dias. (Anamaria Nascimento, Ana Cláudia Dolores, Marta Telles e Rafael Dias)



POSTADO POR ARLINDO SIQUEIRA

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