10 dezembro, 2010

Luciana recusa pasta de Esportes

Eleita deputada federal com 105.253 votos, a ex-prefeita de Olinda, Luciana Santos, recusou convite da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), para assumir o Ministério dos Esportes na cota do PCdoB. A ex-gestora abriu mão da pasta para apoiar a manutenção do atual ministro, Orlando Silva, também do PCdoB. “Houve o convite, mas por uma questão política vou apoiar o nome de Orlando”, revelou Luciana, chamada a Brasília na última quarta-feira. Questionada sobre o motivo da recusa, a comunista disse tratar-se de uma “longa história”. Após a reportagem insistir, ela explicou: “Orlando ‘fez do limão uma limonada’ no ministério, deu visibilidade”.

Segundo Luciana Santos, o outro motivo que a fez recusar o chamamento foi o fato de Orlando Silva ter abdicado de concorrer à Câmara Federal para ficar no Governo, depois de um pedido do presidente Lula, que não queria o auxiliar brigando por espaço com outros aliados na disputa porporcional. No comando do PCdoB desde 2003, o Ministério dos Esportes atiça o desejo dos outros partidos da base, porque ganhará uma nova configuração em 2011, com mais visibilidade e um orçamento mais gordo, em decorrência da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.
Diante da negativa de Luciana, que é vice-presidente nacional do PCdoB, o presidente nacional da sigla, Renato Rabelo, espera ser chamado hoje para uma conversa com Dilma, na Granja do Torto, com o objetivo de discutir o espaço da legenda no governo. Os comunistas querem manter Orlando no ministério e também garantir sua nomeação para a direção da Autoridade Pública Olímpica (APO), órgão que terá a função de licitar e fiscalizar as obras relacionadas à Olimpíada do Rio.
Trata-se de um posto bastante cobiçado, já que a APO administrará um orçamento estimado de R$ 30 bilhões. A Medida Provisória (MP) 503 detalha a estruturação do órgão, que contará com 484 cargos comissionados, entre R$ 5 mil e R$ 22 mil. Contrariando Lula, Dilma não estaria disposta a manter Orlando nos dois cargos, preferindo que o PCdoB indique dois nomes distintos. Daí a convocação de Luciana Santos para o ministério. A deputada federal Manuela d’Ávila (RS) não seria indicada porque teria que deixar a gestão em 2012 para concorrer à Prefeitura de Porto Alegre.
Quando assinou a MP 489 para criação da APO, em maio, Lula sinalizou sua preferência por Orlando Silva. A MP, contudo, prescreveu antes de ser votada no prazo de 120 dias pelo Congresso Nacional. Como solução, o Palácio editou a MP 503 com um intuito semelhante, que aguarda votação no Plenário da Câmara.
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