10 dezembro, 2010

Dilma chama Eduardo para “bater o martelo”

Chamado às pressas pela presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), o governador e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, retornou ontem a Brasília para bater o martelo quanto à participação do partido no futuro governo - o socialista esteve na Capital Federal entre segunda e quarta-feira, mas não foi convocado pela ex-ministra. Até o fechamento desta edição, às 0h30 de Brasília, os dois permaneciam reunidos a portas fechadas, na Granja do Torto. O encontro seria seguido de uma reunião de Campos com a direção da sigla. Dilma teria avalizado dois nomes indicados pelo PSB: o pernambucano Fer­nando Bezerra Coelho, para a Integração Nacional, e o paulista Márcio Fran­ça, para a Secretaria Nacional dos Portos.
O impasse ficaria por causa do senador Antônio Carlos Valadares (PSB/SE). A presidente eleita quer o senador no Ministério das Micro e Pequenas Empresas, a ser criado. Mas o parlamentar estaria relutando em aceitar, pois teria interesse em dirigir uma pasta mais robusta. A nomeação de Valadares implicaria na ascenção para a Casa Alta do seu suplente, o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, homem de confiança da presidente eleita.
O deputado federal eleito João Paulo (PT) declarou apoio ontem ao secretário de Desenvolvimento Econômico. Fez, porém, uma ressalva. “FBC pode representar bem o governador e Pernam­buco. Mas ele precisa ser um ‘ministro nacional’, não só do PSB ou só do Nordeste“, alertou o petista, que também manifestou apoio aos correligionários Fernando Ferro e Maurício Rands, cotados, respectivamente, para as pastas de Meio Ambiente e Cultura.
Questionado se, uma vez ministro, Bezerra Coelho seria automaticamente pré-candidato à sucessão de Eduardo, João Paulo afirmou que tudo dependerá do desempenho do ministeriável. “Eduardo é quem vai coordenar sua sucessão. Não deve ter problema. Vai depender dele (FBC). Você veja que o Ministério da Integração tem um orçamento três vezes maior que o do Governo de Pernambuco. Tem uma força muito grande. Ele (Bezerra) vai ganhar mais robustez”, argumentou.
O petista ressaltou que o fato de Bezerra vir a comandar um ministério não garantirá o êxito de um eventual projeto majoritário. E citou exemplos: “Humberto (Costa/PT) teve a Saúde, mas não se elegeu. Já Eduardo teve uma pasta me­nor (Ciência e Tecnologia) e se elegeu”.

FOLHA DE PERNAMBUCO
POLÍTICA




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