21 junho, 2011

Um semestre para ninguém botar defeito

Coluna da Folha de Pernambuco da terça-feira, 21/06/11
A aprovação, ontem, por esmagadora maioria, da emenda à Constituição do Estado que assegurará aos membros da mesa diretora da Assembleia Legislativa o direito a uma reeleição, que é vedado hoje pela Carta Estadual, dará tranqüilidade ao Governo do Estado para fechar o primeiro semestre com a Casa financeiramente equilibrada e politicamente em ordem. Caso a emenda fosse rejeitada como era o desejo do PTB, a luta pela cadeira de Guilherme Uchoa teria início em janeiro de 2012.

Este primeiro semestre está sendo encerrado sem nenhuma pendência de ordem financeira com o governo federal, vez que a presidente Dilma Rousseff tem dado a Pernambuco o mesmo tratamento que foi dispensado pelo ex-presidente Lula em seus oito anos de mandato. Além disso, a presença do pernambucano Fernando Bezerra Coelho no Ministério da Integração Nacional tem sido estratégica para que o Governo do Estado enfrente questões de saneamento e abastecimento d’água.
 
Para completar o ciclo de notícias positivas, foram resolvidas a contento as negociações salariais com as polícias, os médicos e o pessoal da educação, que constituem aproximadamente 70% do funcionalismo público, acertadas com a Prefeitura do Recife as obras de mobilidade urbana visando à Copa de 2014 e encaminhadas as soluções para os problemas das cheias na Mata Sul pela construção de barragens de contenção. Por isso, em relação aos seus vizinhos do Nordeste, Pernambuco está no céu. 
 
Nada certo – Dilma Rousseff não virá mais a Caruaru no próximo dia 23 porque o dia 24 é o aniversário da mãe dela, que também se chama Dilma, e haverá um jantar em família no Palácio da Alvorada. Ela examina a hipótese de vir no dia 25, mas isso ainda depende de confirmação.
 
Não quer – O médico Jared Júnior (sem partido) já comunicou às oposições de Serra Talhada que não aceita disputar a prefeitura no próximo ano porque seus familiares são contra. Em razão disso, examina-se a hipótese de convocar Fonseca Carvalho (PT) para encabeçar a chapa.
 
PEC 1- O tom inquisitorial da “notificação” do PTB aos seus deputados estaduais, ameaçando expulsar do partido quem votasse a favor da PEC da reeleição, encorajou, Clodoaldo Magalhães a votar a favor da emenda. Ele alegou que o tema “reeleição” não consta do estatuto nem do programa do partido e que o “fechamento de questão” só quem pode decretar é a convenção.
 
PEC 2- Desafiando abertamente a orientação dada aos parlamentares petebistas pelo presidente Armando Monteiro Neto e o líder da bancada, Izaías Régis, o prefeito do Cabo, Lula Cabral, instruiu seu irmão, Everaldo, a votar a favor da PEC que vai garantir a Guilherme Uchoa (PDT) o 4º mandato como presidente da Casa. Nem Lula nem o irmão temem ser expulsos do PTB.
 
PEC 3 - Ao contrário do senador Armando Monteiro (PTB), que tomou partido contra a PEC da reeleição, Humberto Costa lavou as mãos. Deixou que o PT decidisse livremente como deveria se posicionar. Teresa Leitão votou contra e dois petistas a favor. E o senador ficou preservado.
 
PEC 4 - O PTB jogou suas fichas na derrota da PEC da reeleição de olho na 1ª secretaria da Casa de Joaquim Nabuco. Se a PEC tivesse sido derrotado, o próximo presidente seria do PSB, que tem 11 deputados, cabendo à bancada petebista, que tem nove, a cobiçada 1ª secretaria.
 
PEC 5- Eduardo Campos negou-se a fazer comentários sobre a PEC da reeleição. Ele teve ontem uma agenda carregada e só foi informado da aprovação da emenda por meio de um telefonema do líder do governo, Waldemar Borges, antes de sair para jantar na casa de um amigo. Ele nega ter pedido a qualquer deputado da base governista para votar a favor da PEC.
 
PEC 6 – Caso Raquel Lyra e Laura Gomes (PSB) estivessem na Assembleia Legislativa em lugar dos suplentes petebistas Augusto César e José Humberto, a PEC da reeleição teria sido aprovada por 40 votos. Isso prova que a maioria esmagadora da Casa quer dar o 4º mandato ao presidente Guilherme Uchoa.
 
A inclusão - Mendonça Filho gostou de ter sido lançado candidato a prefeito do Recife pelo presidente nacional do DEM, senador José Agripino, mas não entrará no páreo de qualquer jeito. Ele diz que não se exclui da disputa eleitoral, por ter obtido 200 mil votos em 2008, mas quer ouvir outros partidos.

blog do Inaldo Sampaio

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