No tapete vermelho

Tão logo assumiu o governo do estado em 2006, Eduardo Campos (PSB) disse a esta colunista que, ao término do seu mandato, gostaria de ser reconhecido no país como o governador que tinha conseguido impor no serviço público estadual um novo modelo de gestão. Ancorado pelo INDG - Instituto de Desenvolvimento Gerencial, que tem o empresário Jorge Gerdau como um dos seus idealizadores, Eduardo estabeleceu a eficiência como prioridade de seu governo, submetendo sua equipe a um sistema de trabalho similar à iniciativa privada, com objetivos, metas, monitoramento e bolinha vermelha para quem não cumprisse o estabelecido. Pois bem, ontem o governador ouviu o que queria: na solenidade de posse de João Bosco Almeida na presidência da Chesf, o presidente da Eletrobrás, José da Costa Carvalho, disse que gostaria de implantar na companhia o modelo de gestão desenvolvido por Eduardo. Governadores de onze estados brasileiros também adotaram modelos de gestão orientados pelo INDG, mas só quem está desfilando no tapete vermelho é Eduardo. Como se não bastasse, o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), que reza pela cartilha política e administrativa  José Sarney (PMDB), presidente do Senado, também se derramou em elogios a Eduardo durante o evento da Chesf, passando-lhe praticamente o troféu de melhor político do Brasil. Aliás, os afagos foram tantos que dá até para desconfiar, até porque unanimidade o governador ainda não é e tem muita gente querendo puxar o seu tapete. Enfim, depois de tantos incensos, Eduardo subiu o morro no final da tarde para “fechar o corpo”, agradecer a Nossa Senhora da Conceição e incensar os eleitores, que são quem elege vereador, deputado, senador, governador e presidente.

MARIZA GIBSON/DIÁRIO DE PERNAMBUCO -08/12/2011