Indicação do presidente contempla pernambucano que se tornou um dos seus principais auxiliares políticos e, hoje, deixa o Ministério das Relações Institucionais. O Nome terá que passar pelo Senado.
BRASÍLIA – Três meses após a aposentadoria do ministro Marcos Vinícios Vilaça, o presidente Lula assinou ontem a indicação do ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, também pernambucano, para a vaga aberta no Tribunal de Contas da União (TCU). Múcio entrará de férias a partir de hoje e será substituído interinamente pelo chefe da Subsecretaria de Assuntos Federativos, Alexandre Padilha – ligado à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT). A indicação de Múcio terá de ser aprovada pelo Senado. O senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) deverá ser o relator.
Mesmo sem integrar, no início, o grupo mais próximo do presidente, Múcio foi o ministro que por mais tempo comandou a articulação política do governo. Completaria dois anos em novembro. Nesse período, enquanto se aproximava mais do presidente – tornando-se um dos seus principais auxiliares –, mostrou bom trânsito no Congresso e muita habilidade política, embora tenha enfrentado a derrota na votação da CPMF (imposto do cheque), em dezembro de 2007, e forte oposição do PT, que sonhava em ficar com o cargo de articulador político do governo, anteriormente ocupado pelos petistas José Dirceu, Jaques Wagner e Tarso Genro.
José Múcio é engenheiro civil por formação e produtor rural por herança. Estreou na vida pública em 1976, como vice-prefeito de sua cidade natal, Rio Formoso, na Mata Sul. Na época, era filiado à antiga Arena – partido que dava sustentação ao governo militar. Em 1982, com a restauração do pluripartidarismo, filiou-se ao PDS e elegeu-e prefeito de Rio Formoso. Um ano depois, porém, deixou o cargo para assumir a presidência da Celpe e, em seguida, a Secretaria estadual de Transportes, Energia e Comunicações, a convite do então governador Roberto Magalhães (PDS).
Mas, ao contrário da maioria dos políticos, a notoriedade viria para Múcio com uma derrota. Em 1986, já no PFL, aceitou a difícil missão de disputar o governo do Estado contra a fortíssima candidatura de Miguel Arraes (então no PMDB). Mesmo derrotado, garantiu ali uma carreira de cinco mandatos consecutivos como deputado federal. Eleito em 1990, foi reeleito sucessivamente em 94 e 98, pelo PFL, e em 2002, pelo PSDB.
Sem esconder a simpatia pelo governo Lula, e já afastado do palanque jarbista no Estado, migrou para o PTB, onde em 2006 conquistou seu quinto mandato. Em março de 2007, foi indicado por Lula para a liderança do governo. Pouco mais de um ano depois, já havia conquistado a total confiança do presidente, que o nomeou ministro das Relações Institucionais, cargo mais político do governo, juntamente com a Casa Civil.
Fonte: Jornal do Comércio
POSTADO POR ARLINDO SIQUEIRA

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