13 junho, 2011

União PCdoB/PT ameaçada em Olinda




 MANOEL GUIMARÃESTerceiro maior colegio eleitoral de Pernambuco, com 300.277 eleitores, o município de Olinda é apontado como foco de uma possível crise na Frente Popular do Estado. Isso poderia ocorrer caso o PT lance candidato na cidade, que, desde 2001, é administrada pelo PCdoB. Nos bastidores, tal estratégia poderia resultar em uma “desobrigação” dos comunistas em apoiarem um candidato petista no Recife. Vale lembrar que o PT está no comando da capital pernambucana pelo mesmo período que o PCdoB em Olinda, onde oposição, ainda tímida, costura seus passos enquanto assiste ao eventual racha, que só deverá ser contido após uma manifestação do Palácio das Princesas. O cenário político olidense dá continuidade a série sobre os preparativos para 2012.
Após passar 18 anos na Câmara Federal, Renildo Calheiros (PCdoB) foi eleito prefeito de Olinda em 2008, após oito anos da gestão da correligionária e atual deputada federal Luciana Santos (PCdoB). Naquela eleição, reuniu em seu palanque dez partidos e obteve 120.993 votos, o equivalente a 56,43% dos votos válidos, decidindo ainda no primeiro turno. Em segundo lugar, ficou a ex-prefeita Jacilda Urquisa (PMDB), com 40.919 votos (19,08%). Mesmo enfrentando problemas com o PTB, Arlindo Siqueira foi o terceiro, obtendo 30.844 votos. André Luiz Farias, o Alf, então no PDT, conquistou 16.866 votos. Também participaram do pleito Marcos Silva, do PSOL, e Gustavo Rosas, pelo PRP, que terminaram com 3.070 e 1.728 votos, respectivamente.
Além da vitória majoritária, a coligação de Renildo elegeu 15 dos 17 vereadores na Câmara Municipal. Posteriormente, os parlamentares Mauro Fonseca e Márcio Barbosa, ambos do PTB, que passaram a votar com o Governo. Fonseca morreu no início deste ano, mas o suplente, Ubiratan de Castro, também tem ajudado a administração municipal.

Sem oposição na administração municipal e mesmo com as movimentações de aliados e adversários em relação a 2012, Renildo tem se esquivado do debate eleitoral. No ano passado, o comunista chegou a declarar que poderia apoiar uma nova candidatura da deputada Luciana Santos, caso a mesma tivesse interesse no cargo. O gestor, entretanto, desconversa sobre o assunto e tem repetido o mantra dos gestores: que é “muito cedo” para fazer essa discussão.
“Ainda tem muita obra para realizar e para concluir. Meu foco está na gestão. Na verdade, se a gente antecipa o debate, encurta o governo e passa a absorver uma preocupação que está muito longe ainda. Se entrar no debate da sucessão, a agenda fica só nele e atrapalha a gestão. Quanto mais essa agenda ficar para 2012, melhor para cumprir as promessas de campanha. Quando chegar 2012, vamos ouvir as forças para ver o que as pessoas consideram”, explica Renildo Calheiros.

Embora o prefeito refute o debate antecipado, interlocutores acreditam que não Renildo não terá problemas para construir a candidatura para sua reeleição. Porém, ressaltam que o gestor não irá descredenciar eventuais postulantes ao cargo que surgirem. “É natural que haja um esforço de quem está na frente, que é o Governo Federal, para tentar diminuir a confusão, para ter menos problemas na eleição. É isso que irá prevalecer. Mas é muito ruim para o prefeito fazer essa afirmação, pois seria como se ele estivesse duvidando sobre a capacidade e da legitimidade dos partidos de lançarem candidatos. Porque assim, um vereador ou uma liderança poderia dizer que as coisas não estão bem”, sugere um interlocutor.

FOLHA DE PERNAMBUCO
DIA 12 DE JUNHO DE 2011
POLÍTICA

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