Em uma ação inusitada e intempestiva, a secretaria de controle urbano da Prefeitura de Olinda, com a ajuda da guarda municipal e das policiais civil e militar tentou impedir este domingo pela manhã uma ação de fiscalização dos partidos que compõem a União das Oposições por Olinda no pátio da Feira de Peixinhos. O evento foi marcado na última quinta-feira e estava previstro para começar às 7 da manhã.
Mas logo que os primeiros membros da oposição começaram a chegar e instalaram no local a "Tribuna do Povo", uma bancada criada para permitir que as pessoas pudessem se manfestar nos diversos pontos da cidade, fiscais do município, junto com policiais, interromperam a fala do candidato a vereador Rinaldo da Silva (Guiginho), do PTN, que usava a tribuna, e, à força, tomaram dele a bancada, levando-a até um veículo do municípío de onde a mesma foi transportada para a secretaria.
A alegação dos mesmos era que a Tribuna - que ocupa apenas um metro quadrado - estava instalada em via pública. Não houve acordo que pudesse dirimir a ação dos fiscais. A Tribuna foi na verdade instalada ao lado de um prédio semi-abandonado onde deveria estar funcionando um Restaurante Popular prometido pelo prefeito e até pelo presidente Lula, há mais de três anos. Apesar dos recursos terem diso liberados, segundo a oposição, a obra não foi concluída e se encontra abandonada. O restaurante era na verdade o principal motivo do ato político.
Logo depois da apreensão da Tribuna, começaram a chegar os líderes dos partidos coligados entre eles Arliando Siqueira, do PSL, Terezinha Nunes, do PSDB, Alf, do PMN, Jacilda e Isabel Urquiza, do PMDB e Assis Pedrosa, do PTC. Através de negociação com a Delegacia de Peixinhos foi acordado que o ato poderia se realizar a partir das 9 horas com o uso de um carro-de-som.
A presença de guardas municipais e muitos policiais no local foi explicada pelos policiais como motivada por uma ação de fiscalização que seria realizada no mesmo dia e horário do ato da oposição na Feira. Estranhamente, porém, como afirmou o ex-vice-prefeito Arlindo Siqueira " a fiscalização foi marcada no mesmo dia em que a oposição decidiu realizar sua visita".
A apreensão da Tribuna e a confusão estabelecida no local acabou provocando movimentação de muita gente que estava reclamando da ação dos fiscais da Prefeitura, o que provocou uma grande aglomeração.
Ao falar logo depois, as lideranças da oposição que cederam parte do tempo da manifestação aos feirantes que desejavam se pronunciar, denunciaram " a ação arbitrária de quem não consegue conviver com a democracia" como afirmou Terezinha Nunes acrescentando que "o PSdoB calou toda a Câmara de Vereadores que hoje apoia por unanimidade o prefeito e quer impedir, a todo custo, que a oposição se exerça ". Depois de afirmar que Olinda "è hoje o município da RMR mais esburacado e cujo prefeito é um dos mais rejeitados do estado" ela anunciou que os partidos vão esta segunda-feira discutir as medidas judiciais cabiveis para reaver a Tribuna "que é do povo e não da Prefeitura".
O ex-deputado Alf denunciou os policiais "apreenderam também o carro-de-som e bateram em feirantes sem nenhuma explicação". A ex-prefeita Jacilda Urquiza afirmou que a área onde foi abandonada a construção do Restaurante Popular estava destinada anterioramente a uma ampliação da feira "não fizeram nem uma coisa nem outra como estamos vendo aqui". Isabel Urquiza criticou o abandono e a forma truculenta com que a oposição foi recebida, o mesmo fazendo Assis Pedrosa e outros oradores.
BLOG DO JAMILDO/08 DE Janeiro DE 2012
POSTADO ÀS 14:58 EM 08 DE Janeiro DE 2012
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