por Bruna Serra
Especial para o JC
Se dizendo indignado com o tratamento dado pelo governo Eduardo aos aliados - assegura que o PSB repeliu o apoio do PP -, líder do PR se solidariza com Eduardo da Fonte e “zera o processo”
Ao contrário do que esperavam e desejavam a maioria dos governistas, a decisão do Partido Progressista (PP) em antecipar o apoio ao senador oposicionista Sérgio Guerra (PSDB) - candidato à reeleição em 2010 - ameaça dessarumar a base. Ontem, dizendo-se indignado com “o tratamento que vem sendo dado aos partidos da base” (aliados do governador Eduardo Campos-PSB), o deputado federal e presidente estadual do PR, Inocêncio Oliveira, resolveu disparar em direção ao Palácio do Campo das Princesas.
Sem meias palavras, Inocêncio disse não só apoiar a decisão do PP como também prometeu não se curvar a todas as decisões políticas do Palácio. “Vou zerar os debates no PR em solidariedade a Eduardo da Fonte (PP). Estou indignado, não admito a forma como os partidos da base estão sendo tratados”.
O deputado disse que o presidente estadual do PSB, Milton Coelho, rechaçou o apoio do PP à reeleição do governador Eduardo Campos. Segundo Inocêncio, o dirigente socialista teria dito que não precisaria mais do apoio dos progressistas. “Para Milton, o governo não precisa mais do PP. Nós não estamos na ditadura, nem estamos na base para dizer amém a tudo. Não queremos os restos, queremos participar do banquete”, disparou.
Questionado sobre a possibilidade do PR também terminar apoiando um candidato de oposição ao Senado, esquivou-se. “Não quero falar em nomes, mas não descarto nenhuma possibilidade”.
Inocêncio informou que ainda não conversou com o governador sobre o assunto. “Não falei com Eduardo Campos, não sei se ele deu aval a Milton Coelho para descartar o PP dessa forma. Mas posso conversar na hora que ele quiser, até de madrugada”, disse.
Do lado governista, Milton Coelho - que também é vice-prefeito do Recife - negou que tenha rejeitado o apoio do PP. “Não dei essa declaração, nem em conversas reservadas. Me posicionei apenas afirmando que vejo a decisão do PP (apoiar Sérgio Guerra) como precipitada, mas que respeito os processos internos de cada partido”.
Milton insistiu que a decisão não deve precipitar os debates entre os demais partidos da base, 17 ao todo. “Não acredito que a frente será contaminada por essa decisão. Estamos trabalhando juntos. A única coisa que tenho a dizer ao deputado (Inocêncio) é que não há banquetes. Nesse governo se trabalha muito e o PR tem sido uma parte importante”.
O socialista disse ainda desconhecer motivos que levaram o PP a antecipar em um ano o debate eleitoral. “Não há tensionamento entre o governo e o partido. Nunca recebemos sinais de insatisfação do PP com as decisões do governo”.
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